O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participou, na quarta-feira (26), da assinatura do memorando de entendimento que permitirá a implementação da tecnologia 5G na Estação Antártica Comandante Ferraz. A conectividade da estação é essencial para que pesquisadores brasileiros transmitam dados em tempo real, coordenem operações logísticas, recebam previsões meteorológicas e mantenham contato permanente com o Brasil. A previsão é de que a parceria entre a empresa Tim, os ministérios das Comunicações, da Defesa e da Cultura, o MCTI e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) leve a tecnologia ao continente gelado ainda no primeiro semestre de 2026.
Durante a cerimônia, a ministra Luciana Santos destacou o papel estratégico da comunicação para a atuação brasileira na Antártica. “A conectividade 5G será um ganho decisivo, que reforça nosso compromisso com uma ciência que transforma o futuro. A Antártica é um dos ambientes mais isolados do planeta. Lá, comunicação não é apenas um recurso técnico, é condição de segurança, eficiência e sobrevivência”, disse.
Em 2025, o Brasil completa 50 anos de adesão ao Tratado da Antártica, consolidando sua presença e contribuição científica na região. A titular do MCTI reforçou o compromisso da pasta com a divulgação da ciência e com o fortalecimento da estrutura de pesquisa no extremo sul do planeta. Ela ressaltou a relevância da produção científica nacional para compreender o clima, a biodiversidade e a dinâmica dos oceanos. “O que acontece na Antártica não fica na Antártica. Esses estudos influenciam diretamente o clima, os ecossistemas e a vida dos brasileiros”, destacou.
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destacou o impacto que a novidade terá para pesquisadores brasileiros. “Essa assinatura marca o encontro das telecomunicações com a ciência para ampliar a presença do Brasil na Antártica e melhorar a vida de quem passa meses longe de casa para servir ao País”, afirmou.
O evento também marcou o anúncio da produção de um documentário que celebrará a trajetória da estação, um dos principais marcos do Programa Antártico Brasileiro.
Programa Antártico Brasileiro
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) foi criado em 1982 com o objetivo de assegurar a presença do Brasil na Antártica e fomentar a pesquisa científica no
continente. Desde então, ele tem sido uma plataforma fundamental para o avanço do conhecimento em diversas áreas da ciência, além de reforçar o compromisso brasileiro com a proteção ambiental e a cooperação internacional.
O Proantar é gerenciado no âmbito da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM). A coordenação é feita de forma interministerial, que tem como base o tripé: meio ambiente, pesquisa e logística; respectivamente coordenados pelos Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, MCTI e Marinha do Brasil. Essa articulação visa garantir que as atividades científicas, logísticas e ambientais sejam conduzidas de maneira integrada.